Comedimento

“Como cidade derrubada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito” – Pv. 25: 28.

Quem fala sem medida, quem é “estourado” (dado à ira), quem é irreverente demais. Quem não mede conseqüências de seus atos, quem “se abre” além da conta, quem ultrapassa os limites do bom senso, quem se expõe de qualquer modo. Esse é o indivíduo a respeito do qual fala a Bíblia neste verso. Se ele não consegue se conter, então ele é como uma cidade derrubada, que não tem muros.

Para entender essa afirmação, precisamos voltar ao passado, até a época em que, por segurança, as cidades eram muradas.

Em determinados momentos, e freqüentemente à noite, as pessoas estavam “dentro dos muros”, seguras de quem quisesse lhes fazer mal. Abrigadas de salteadores, de intempéries, a salvo de animais selvagens, de exércitos inimigos Etc. Uma vez que estivessem na parte interna da cidade murada, tais pessoas não se expunham aos variados perigos daqueles tempos (estavam, de certo modo, mais protegidas).

Assim, quem não tem controle sobre seu espírito, pelo verso, se expõe, não sem perigo e risco, nas suas relações sociais. Todo excesso (exagero) é condenado, e desaconselhado. A palavra que talvez melhor expresse a idéia central do verso seja “comedimento”, ou, no caso em apreço, a falta de comedimento. Aquele que é comedido guarda a si mesmo de sofrer muitos embaraços e outros tantos infortúnios, diz a Palavra de Deus.

Assim, pois, aquele que vive na condição descrita pelo verso acima, se coloca em (constante) posição de vulnerabilidade.

Se a “cidade” está “derrubada” e não tem “muros”, seus moradores estão vulneráveis. Para os padrões de antigamente, como dito, cidade derrubada e sem muros era algo bastante sério e preocupante. Bem podia custar a vida de seus habitantes.

Tendo o foco na profunda sabedoria inerente ao Livro de Provérbios, portanto, aprendamos a ter comedimento (e sempre que possível desse modo agir). E, sim, tratemos de controlar os nossos espíritos.

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