“O coração conhece a sua própria amargura, e o estranho não participa da sua alegria” – Pv. 14: 10.
Esse verso nos revela uma dura realidade: a solidão essencial no âmago do ser humano. Existem círculos de intimidade em nossas vidas, cujo extremo é o coração do homem. Esse é o íntimo de cada um e é a última fronteira. Antes desse extremo, porém, diversos níveis de intimidade são formados pelo relacionamento entre as pessoas, tanto por convenções sociais e/ou culturais, como por sentimentos, costumes e/ou hábitos. São graus de relacionamento, firmados quase que naturalmente entre as pessoas.
Por certo, a todos nós são impostos limites de convivência, os quais não podem (ou pelo menos não devem) ser ultrapassados, sob pena de se obter embaraços e aborrecimentos. Assim, é possível conviver com qualquer pessoa, de acordo com a proximidade que se estabelece pela qualidade da relação que se tem, mas somente até o nível que antecede o aludido limite extremo: o coração. Antes dele, tudo bem; atingi-lo, impossível. É essa verdade que o verso acima traz a lume, quando nos diz que só o coração de alguém pode medir a amargura que sente. E assenta o mesmo entendimento, quando nos diz que o estranho não participa da alegria vivida na essência da pessoa, isto é, no coração. Nós podemos dividir muitas coisas com pessoas próximas a nós, em vários nív eis de intimidade, mas no recôndito da alma apenas Deus penetra e perscruta.
Talvez seja por isso que a Bíblia nos diz, com propriedade, que é pecado amar alguém mais do que se ama a Deus. Porque só o Senhor nos entende e nos conhece de um modo que nenhuma outra pessoa é capaz de alcançar. Nem nós mesmos conseguimos isso. Só Deus vai até onde nenhum ser humano consegue chegar. Dele não se pode fugir ou esconder. Mascaram-se pensamentos e sentimentos de qualquer pessoa. De Deus não. Em todo caso, a notícia do verso que lemos acima não é tão exata quanto parece, em relação à essência da solidão, pois se Ele pode chegar aos nossos corações, a solidão, na verdade, só existe para aquele em quem Deus não habita.
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Pastora Missionária Rejane Basile Barr